Primeira Cimeira Humanitária Mundial deve inaugurar nova era global de solidariedade

Numa sessão de informação aos Estados-membros sobre a preparação  da Cimeira Humanitária Mundial, o Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, exortou os chefes de Estado e de governo a participarem no evento e a passarem a mensagem de que “não vão aceitar a erosão dos valores da Humanidade a que assistimos, hoje, no mundo”.

“Não devemos abandonar as pessoas que precisam de nós nos momentos em que mais precisam de nós”, disse o chefe da ONU, que realçou a importância das intervenções dos líderes e das mesas redondas que terão lugar na Cimeira, a 23 e 24 de maio, em Istambul (Turquia).

“Em primeiro lugar, a melhor forma de alcançar uma mudança corajosa e ousada é assegurando a presença dos líderes na cimeira para que se tomem decisões”, disse Ban Ki-moon, referindo que o segmento dedicado aos líderes será uma oportunidade para discutir as cinco responsabilidades centrais da Agenda para a Humanidade.

Essas cinco responsabilidades são: liderança política para prevenir e acabar com conflitos; defender as normas que salvaguardam a Humanidade; não deixar ninguém para trás, mudar a vida das pessoas – desde a prestação de ajuda humanitária até à extinção dessa necessidade de ajuda –  e investir na Humanidade.

“A História irá julgar-nos pela forma como vamos usar esta oportunidade”, disse Ban, apelando aos Estados-membros para enviarem representes ao mais alto nível e mostrarem liderança no que se refere aos grandes desafios do século XXI.

“Não devemos dececionar os muitos milhões de homens, mulheres e crianças que vivem em necessidade extrema”, acrescentou.

 Sete mesas redondas com todos os agentes da mudança

Ban Ki-moon explicou que serão organizadas sete mesas redondas, ao longo dos dois dias, de modo a disponibilizar aos líderes dos Estados-membros, sociedade civil e setor privado um espaço de diálogo sobre os inúmeros desafios cruciais para alcançar a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e outros objetivos partilhados.

 Os temas em debate nas mesas redondas são:

  • Prevenir e acabar com conflitos
  • Defender as normas que salvaguardam a Humanidade
  • Não deixar ninguém para trás
  • Desastres naturais e alterações climáticas
  • Da entrega de ajuda ao fim das necessidades de ajuda
  • Igualdade de género
  • Investir na Humanidade

 

Ban Ki-moon afirmou ter proposto compromissos centrais que refletem muitas das mudanças necessárias para pôr em prática a Agenda para a Humanidade. Esses compromissos foram disponibilizados, na passada semana, para apreciação e deverão ser finalizados até 18 de abril.

Trata-se de compromissos voluntários e não vinculativos, que podem ser individuais ou conjuntos. A cimeira não é um ponto final, mas o começo de uma nova era de solidariedade internacional para deter o terrível sofrimento das pessoas afetadas pelos conflitos e desastres. O sucesso da cimeira deverá fazer uma enorme diferença qualitativa no avanço da ação em muitas outras áreas, nomeadamente a Agenda 2030.

Os resultados da cimeira irão incluir um texto de sumário feito pelo presidente da cimeira e um documento intitulado “Compromissos para a Ação” que será divulgado um pouco mais tarde. Em conjunto com a Agenda para a Humanidade, estes elementos são importantes para definir as linhas de ação e o seu acompanhamento.

 Acompanhamento pós-cimeira

O acompanhamento das decisões tomadas na cimeira terá um primeiro momento de avaliação em junho, durante o Segmento dos Assuntos Humanitários do Conselho Económico e Social da ONU. Em setembro, Ban Ki-moon irá submeter o seu relatório à Assembleia-Geral, apresentando os resultados da cimeira e outras medidas importantes para o progresso nesta área.

Nesse ponto, os Estados-membros podem decidir levar a cabo algumas ou todas as recomendações do relatório através de discussões e negociações intergovernamentais. As resoluções humanitárias anuais da Assembleia-Geral, no Outono, irão, provavelmente, conduzir a muitas destas importantes discussões.

“No ano passado alcançámos grandes vitórias ao nível da solidariedade global”, disse Ban, referindo-se à Agenda para a Ação de Adis Abeba, ao Quadro de Sendai para a Redução do Risco em Desastres, a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e o Acordo sobre Alterações Climáticas de Paris.

“Vamos fazer da Cimeira Humanitária Mundial um passo histórico na defesa da nossa Humanidade comum”, conclui o Secretário-geral.

A sessão de informação foi organizada pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação dos Assuntos Humanitários, na sede da ONU (OCHA), em Nova Iorque.

 5 de abril de 2016, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


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