Secretário-geral da ONU apela à participação na crimónia de assinatura do Acordo de Paris sobre as Alterações Climáticas

“O acordo adotado na COP21, no passado mês de dezembro, em Paris, marcou um ponto de viragem na resposta mundial às alterações climáticas. (…) Em 2016, devemos passar das palavras às ações. A cerimónia do dia 22 de abril é um passo essencial”, disse o Secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, esta quarta-feira, na sede da ONU em Nova Iorque, informando os Estados-membros sobre a realização da cerimónia de alto nível para a assinatura do Acordo de Paris, que se realizará a 22 de abril.

Ban realçou que, pela primeira vez, todos os países no mundo prometeram reduzir as suas emissões de carbono, fortalecer a resiliência ao clima e juntarem-se por esta causa do bem comum.

“O mundo tem, agora, um acordo climático universal, justo, flexível e duradouro. Isto permite-nos aumentar a ambição sobre uma base regular, a qual é essencial  se queremos manter o aumento da temperatura global abaixo dos 2 graus celsius e prosseguir os esforços para a limitar a 1.5 graus”, explicou Ban.

O Secretário-geral da ONU realçou que o processo teve não só uma grande participação ao nível governamental, mas demilhões de membros da sociedade civil, que perceberam a importância do acordo como base sólida para transformação da economia global no sentido de ser comaptível com a defesa do planeta e dos direitos das gerações vindouras.

“Os líderes mundiais já receberam o meu convite e apelo à participação de todos. Os líderes do Perú, França e Marrocos – os presidentes da COP 20, 21 e 22 – vão participar e muitos outros prometeram vir. Será um momento histórico”, realçou Ban.

“É importante que o Acordo de Paris entre em vigor o mais rapidamente possível. O custo da inação torna-se claro a cada dia que passa. Há mais ocorrências de clima extremo, chuvas torrenciais e inundações, secas extremas, elevação do nível do mar, perda de vidas, casas, produtividade e esperança. Não temos tempo a perder”, acrescentou.

 

Quatro compromissos por parte dos governos

Em breve, o Conselheiro Jurídico da ONU, na pessoa do Sub-Secretário-Geral Miguel de Serpa Soares, dará aos governos todas as informações necessárias sobre o procedimento legal. Todos  os líderes terão a oportunidade de fazer uma declaração nacional no dia da cerimónia.

Ban ki-moon pede que essas declarações abordem quatro tópicos:

– explicar o modo como o governo irá implementar os planos de clima nacional e integrá-los nos seus planos globais de desenvolvimento sustentável

–  revelar o roteiro que estimulará o aumento da ambição ao longo do tempo para atingir o objetivo global de limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 graus Celsius

–  indicar o calendário para a ratificação do Acordo de Paris, dando garantias de que os processos estarão prontos para ratificação de modo a garantir que entram em vigor com brevidade (as partes que estejam prontas a depositar os seus meios de ratificação a 22 de abril vão ter a oportunidade de fazê-lo)

-partilhar a forma como estão a acelerar a ação climática antes de 2020, com base na criatividade, recursos e esforços de todos os setores da sociedade

“Precisamos de todos para enfrentar o desafio do clima. Cidades, escolas, as entidades ligadas aos negócios e investimentos, os grupos religiosos – todos têm um papel a desempenhar”, apelou Ban ki-moon. “A Agenda 2030 para o Desenvolvimento e o Acodo de Paris ofereceram novos modelos de sucesso da colaboração internacional que são inclusivos, pragmáticos e ambiciosos”, acrescentou o líder da ONU.

18 de fevereiro de 2016, United Nations News Centre/Traduzido & Editado por UNRIC


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