UNCTAD pede ação global para descarbonizar o transporte marítimo

Artigo publicado pela ONU News

Indústria naval aumentou em 20% nas emissões de gases do efeito estufa em uma década; uso de combustíveis limpos requer altos investimentos;  aumento de custos pode prejudicar nações insulares e menos desenvolvidas, segundo agência da ONU.

 

Mais de 80% do comércio mundial é realizado por navios. Para tornar a indústria de transporte marítimo menos poluente são necessários combustíveis limpos, soluções digitais e uma transição equitativa para combater as emissões de carbono.

Estes dados e conclusões fazem parte da Revisão do Transporte Marítimo 2023, publicado esta quarta-feira pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD).

 

O papel das novas tecnologias

A meta de descarbonizar a indústria marítima mundial leva em conta que o setor é responsável por 3% das emissões globais de gases de efeito estufa, sendo que as emissões aumentaram 20% em apenas uma década.

Segundo a diretora de tecnologia e logística da UNCTAD, Shamika Sirimanne, são necessárias “ações globais ousadas para descarbonizar o comércio marítimo.”

De acordo com a responsável, “investir em digitalização e tecnologia melhorará a previsibilidade e a confiabilidade do transporte”.

 

Desafios para criar frotas verdes

A UNCTAD ressalta a importância da colaboração em todo o sistema, das intervenções regulatórias rápidas e dos investimentos robustos em tecnologias e frotas verdes. Hoje, quase 99% da frota mundial depende de combustíveis convencionais.

A agência relata ainda que serão necessários investimentos de 28 mi milhões a 90 mil milhões de dólares anuais para desenvolver infraestruturas para combustíveis 100% neutros em carbono até 2050.

A descarbonização total poderia elevar as despesas anuais de combustível entre 70% e 100%, potencialmente afetando os pequenos Estados insulares em desenvolvimento e países menos desenvolvidos que dependem fortemente do transporte marítimo.

 

Quadro regulatório universal

Nesse sentido, Sirimanne afirmou que incentivos económicos, como taxas ou contribuições pagas em relação às emissões do transporte marítimo, “podem promover a competitividade dos combustíveis alternativos e reduzir a diferença de custos com os combustíveis pesados convencionais.”

Para garantir uma transição equitativa, a UNCTAD defende quadro regulatório universal, aplicável a todos os navios, independentemente das suas bandeiras de registo, propriedade ou áreas operacionais.

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