UNESCO celebra 70 anos com apelos a um “novo humanismo”

Celebrando o 70º aniversário da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) num discurso durante a sua 38ª Conferência Geral, que arrancou no limiar da nova Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável, a Diretora da Agência olhou para os sucessos do passado ao mesmo tempo que apelou a uma cooperação mais forte por parte dos Estados-Membros para responder às prioridades da UNESCO e fazer face aos desafios atuais.

 “Sete décadas após a sua criação, a ideia central da UNESCO é refletida de forma mais poderosas do que nunca: podemos construir sociedades mais resilientes através da educação, ciência, culturas e do fluxo livre de ideias”, afirmou Irina Bokova, Diretora Geral da UNESCO, no seu relatório para a Conferência Geral da agência, acrescentando que “estas são as nossas derradeiras energias renováveis”.

Destacando os sucessos alcançados pela agência nos últimos dois anos, sublinhou, entre outros, os esforços para acabar com o tráfico ilegal de relíquias culturais, o reforço de sanções económicas ao Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) e aos seus afiliados, reconstruir locais de Património Mundial, tal como o avanço da educação para os mais vulneráveis e fortalecimento da resiliência da juventude na luta contra a radicalização extrema.

Estas ações foram tomadas durante um tempo de turbulência, afirmou Irina Bokova, sublinhando a importância da nova Agenda 2030, que foi acordada pelos Estados-Membros durante este período.

Saudou os esforços dos Estados-Membros em colocar as prioridades da UNESCO na nova Agenda 2030, indo desde a educação global, cultura, ciência, sustentabilidade dos recursos hídricos e oceanos à liberdade de expressão e boa governação.

No entanto, “A UNESCO tem traduzir estas promessas em mudanças no terreno”, afirmou a Diretora-Geral, sublinhando que a UNESCO serve para o que foi criada.

Desenvolvendo, a Diretora da UNESCO apelou a mais apoios por parte dos Estados-Membros para uma reforma organizacional, especialmente na transparência, estrutura, parcerias e liderança. Ao mesmo tempo que várias iniciativas estão a decorrer para proteger o património partilhado, como por exemplo livros didáticos conjuntos e reservas de biosfera além-fronteiras, Irina Bokova disse” que não é suficiente”, apelando a um compromisso por parte dos governos a um novo humanismo.

 “O papel da UNESCO é de propor iniciativas que juntam as pessoas… para fortalecer a solidariedade moral e intelectual entre povos, para fortalecer a convicção da humanidade enquanto uma única família, unida na sua diversidade”, sublinhou Irina Bokova, reiterando os valores da UNESCO nos últimos 70 anos.

 “Esta é a audacia fundadora da UNESCO e precisamos desta mesma audacia atualmente”, afimou, apelando a todos os Estados-Membros para renovarem o seu apoio a estes valores.

Subscrevendo a chamada firme de Irina Bokova aos membros, Stanley Mutumba Simataa, eleito recentemente Presidente da 38ª Conferência Geral e Vice Ministro de Informação e Tecnologia de Comunicação da Namíbia, afirmou “a narrativa histórica de uma ordem humana mundial caracterizada por uma paz duradoura, nunca foi tão relevante e profunda como é hoje, uma vez que o mundo e humanidade continuam a viver conflitos intermináveis e desastres naturais”.

A 38ª Sessão da Conferência Bienal Geral da UNESCO teve início a 3 de novembro em Paris, França e terminará a 18 de novembro.

06 de novembro de 2015, Centro de Notícias da ONU/Traduzido & Editado por UNRIC


Direito Internacional e Justiça

Entre as maiores conquistas das Nações Unidas está o desenvolvimento de um corpo de leis internacionais, convenções e tratados que promovem o desenvolvimento económico...