Varíola dos macacos atinge os 35 mil casos

As infeções por varíola dos macacos continuam a aumentar a nível mundial, com mais de 35.000 casos em 92 países e territórios e 12 mortes, informações adiantadas pelo diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus. 

Foram noticiados quase 7.500 casos na semana passada, um aumento de 20% em relação à semana anterior. 

Em Portugal, desde que foi detetada a presença do vírus, a 3 de maio de 2022, e até 17 de agosto de 2022, foram identificados 810 casos de varíola dos macacos. 729 desses casos foram reportados no Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE). Segundo os dados da Direção Geral de Saúde, a maior parte dos casos pertence ao grupo etário entre os 30 e 39 anos (308; 42%). A maioria dos casos são do sexo masculino (723; 99,2%), havendo 6 casos (0,8%) reportados no sexo feminino. 

A maioria dos casos mundiais estão a ser detetados na Europa e América do Norte e do Sul, principalmente entre homens que têm relações sexuais com homens. 

“A prioridade dos países deve ser garantir que estão prontos para a varíola dos macacos e parar a transmissão, utilizando instrumentos eficazes de saúde pública, incluindo o reforço da vigilância da doença, o rastreio cuidadoso dos contactos, a comunicação de risco e o envolvimento da comunidade em medidas de redução de risco”, explicou o líder da OMS. 

Atualmente, o fornecimento de vacinas contra a varíola dos macacos é limitado, bem como os dados sobre a sua eficácia. A OMS está em contacto com fabricantes e com países e organizações dispostas a partilhar doses.   

Tedros Ghebreyesus disse estar preocupado com o acesso desigual às vacinas, como se assistiu na pandemia da covid-19, e que os mais pobres continuem a ser deixados para trás. 

 

@CDC. Um jovem mostra as mãos durante um surto de varíola dos macacos na República Democrática do Congo.

Como se manifesta o vírus 

A infeção pela varíola dos macacos, conhecido em inglês como Monkeypox, é uma doença zoonótica, o que significa que se pode transmitir de animais para humanos e também se pode transmitir entre pessoas. 

De acordo com a Direção Geral de Saúde, a infeção humana manifesta-se de forma súbita através de sinais e sintomas como lesões na pele ou mucosas, febre (superior a 38.ºC), queixas ano-genitais, dores de cabeça, cansaço, dores musculares ou gânglios linfáticos aumentados, poucos dias antes da erupção de lesões. 

As lesões cutâneas podem estar numa determinada região do corpo ou generalizadas, atingindo habitualmente a face e boca, membros superiores e inferiores ou região ano-genital podendo, em certos casos, atingir as palmas das mãos ou dos pés. 

Em caso de infeção os sintomas ou sinais começam a aparecer entre 5 a 21 dias após contacto com o vírus.  

O contacto com as lesões da pele, bem como com fluídos corporais como secreções genitais e anais podem levar à transmissão da doença. Deve também ser enviado contacto com vestuário pessoal, roupas de cama, toalhas e objetos como talheres, pratos ou outros utensílios de uso pessoal contaminados. 

Novos nomes para as variantes 

Um grupo de peritos convocados pela Organização Mundial de Saúde acordou em novos nomes para as variantes do vírus, como parte dos esforços para alinhar os nomes da varíola dos macacos enquanto doença, vírus e variantes com as melhores práticas atuais. Vai ser usada para o efeito numeração romana.  

O vírus da varíola dos macacos foi nomeado aquando da primeira descoberta em 1958, antes de serem adotadas as melhores práticas atuais em matéria de nomeação de doenças e vírus. As principais variantes foram identificadas pelas regiões geográficas onde era conhecida a sua circulação. 

A melhor prática atual é de que vírus recém-identificados, doenças relacionadas e variantes do vírus recebam nomes que evitem causar ofensas a qualquer grupo cultural, social, nacional, regional, profissional ou étnico, e minimizar qualquer impacto negativo no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal. 


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