“Não deixar ninguém para trás num mundo envelhecido”

Estima-se que em 2050, o número de pessoas com 65 anos ou mais alcance as 1,6 mil milhões – mais do dobro do número registado em 2021, 761 milhões. O envelhecimento é uma tendência mundial determinante do nosso tempo. 

De acordo com o Relatório Social Mundial 2023, considerando as múltiplas crises que o mundo continua a enfrentar (conflitos, energia, inflação, ambiental, entre outras), os direitos e o bem-estar das pessoas idosas devem estar no centro dos esforços coletivos para alcançar um futuro sustentável. 

O mundo envelhecido que se está a verificar deve-se à melhoria da qualidade de vida – isto por um lado é positivo, pois permite que se tenha vidas melhores e mais longas, mas por outro tem impactos negativos, nomeadamente no âmbito social. Com uma crescente população inativa e com as taxas de natalidade cada vez mais baixas, cria-se um problema de sustentabilidade, na medida em que as gerações não estão a ser repostas e não existe capacidade financeira de suportar as necessidades de toda a gente.  

Assim, este relatório evidencia algumas ações que devem ser prioritárias por parte das entidades governamentais, com vista a potenciar o melhor desenvolvimento de estratégias que ajudem as sociedades a lidarem com esta realidade.  

Para que todas as pessoas possam crescer, ter saúde e segurança económica, é necessário promover a igualdade de oportunidades desde bem cedo. Deste modo, garantir que todas as pessoas têm acesso a educação de qualidade, a sistemas de saúde e a oportunidades laborais durante a sua vida, é fundamental não só para a redução das desigualdades sociais, como também para o crescimento económico. 

Além disso, as medidas no que toca à gestão e à atribuição das pensões devem ser modificadas e adaptadas conforme as necessidades das populações – algo que varia de sociedade para sociedade e de país para país. As pessoas idosas devem poder ter a oportunidade de continuar a trabalhar enquanto assim o entenderem e conseguirem, mas não devem ser forçadas a isso. Neste sentido, os governos devem também equilibrar a necessidade da sustentabilidade dos sistemas públicos de pensões com o objetivo de garantir a segurança dos rendimentos para todas as pessoas idosas. 

A gestão dos desafios do envelhecimento populacional, e o aproveitamento simultâneo das suas oportunidades, deve ser uma preocupação política central de todos os países do mundo. Não deixar ninguém para trás implica tomar medidas agora tendo em conta as perspetivas demográficas futuras, investir na igualdade de oportunidades de modo a reduzir as desigualdades sociais, e a criação de estratégias que não negligenciem o envelhecimento demográfico.


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