ONU sublinha compromisso de apoio às vítimas dos terramotos

O líder do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) sublinhou a importância de dar resposta às necessidades humanitárias na Síria e na Turquia após os terramotos e promover os esforços de recuperação.

O Administrador do PNUD, Achim Steiner, foi um dos representantes do sistema da ONU na conferência internacional de doadores para apoiar os dois países, levada a cabo pela Comissão Europeia, em Bruxelas, nesta segunda-feira.

A ONU está “empenhada em intensificar e distribuir os seus recursos através dos setores humanitários e de desenvolvimento, e fazer chegar a assistência necessária às comunidades na Turquia e na Síria”, afirmou.

Necessidades crescentes

Os terramotos de Fevereiro não só obrigaram à deslocação de mais de 3,3 milhões de pessoas na Turquia, como também foram responsáveis pela destruição de mais de 650 mil infraestruturas de habitação.

Mais de meio milhão de pessoas encontram-se agora desalojadas no país vizinho, na Síria, onde as necessidades humanitárias já eram altíssimas devido aos 12 anos de guerra da qual o país é vítima – cerca de 70% da sua população (15,3 milhões de pessoas) precisam de assistência humanitária.

Steiner salientou que o acesso a serviços básicos e a meios de subsistência são necessidades imperativas para uma recuperação mais sustentável, de forma a evitar o agravamento das vulnerabilidades.

Financiamento da resposta

“Isto significa prestar uma assistência de emergência para que as pessoas possam sobreviver no dia-a-dia”, acrescentou Steiner, salientando que “implica também contribuir com os fundos de que irão necessitar para regressarem à normalidade, recomeçarem a trabalhar e começar a reunir as comunidades à sua volta “.

As Nações Unidas continuam a enviar equipas de emergência e operações de socorro para ambos os países. No entanto, o apelo de mil milhões de dólares para a Turquia foi financiado em menos de 17%, afirmou o representante do PNUD, evidenciando que o apelo de 398 milhões de dólares para a Síria recebeu até agora quase 290 milhões de dólares.

Steiner disse ainda que a ONU conta com a liderança, a solidariedade e a generosidade dos doadores internacionais para ajudar a gerar um financiamento significativo para as iniciativas de recuperação – que incluem a remoção de detritos, a restauração de rendimentos e de meios de subsistência, e reabilitação de infraestruturas críticas.

Neste sentido, a Conferência Internacional de Doadores “Juntos pelo povo da Turquia e da Síria” conseguiu angariar um total de 7 mil milhões de euros para apoiar as vítimas dos terramotos. Esta ação por parte da comunidade internacional junta a solidariedade e multilateralismo dos Estados-membros europeus e de várias instituições internacionais.

Crises por cima de crises

Para a população síria, o terramoto tem sido “semelhante ao efeito da covid-19 – infetando um corpo doente enfraquecido por 12 anos de crise”, disse o coordenador humanitário da ONU no país, El-Mostafa Benlamlih, na conferência. Para além dos 500 mil sírios deslocados, milhares de outros perderam o acesso a serviços básicos, acrescentou.

Benlamlih advertiu contra o “business as usual”, uma vez que a assistência deve ajudar a retirar os sírios da pobreza, a reduzir as suas vulnerabilidades, e a quebrar o ciclo de dependência da ajuda. “Milhões de homens, mulheres e crianças na Síria precisam do nosso apoio”, acrescentando ainda para que nos “concentremos nas pessoas, não na política”. “Precisamos do vosso apoio, precisamos de fundos, e precisamos de acesso”.


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