2023 começa com ondas de calor na Europa 

As temperaturas anormalmente quentes durante a época festiva na Europa bateram recordes, anunciou a Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas (OMM).  

Com alguns termómetros a registarem temperaturas dignas de um “dia de Primavera em abril”, o primeiro dia de 2023 estabeleceu o recorde como um dos dias mais quentes de Janeiro em vários países europeus. Uma das mais notórias consequências deste aumento foi a ausência de neve em várias estâncias de ski. 

De acordo com a OMM, de França à Rússia registaram-se entre 10 e 20 °C no primeiro dia de 2023. Com 18,9°C em Varsóvia, a Polónia bateu o seu recorde de janeiro no primeiro dia do ano, posto que a última vez que a temperatura foi tão alta foi em 1993, com 13,8°C. Contudo, Espanha detém o recorde da temperatura mais quente do dia de Ano Novo, com 25,1 °C, em Bilbau. 

Portugal não foge a esta tendência, tendo o ano de 2022 sido, provavelmente, o ano com a temperatura mais alta de sempre, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O ano que passou registou seis ondas de calor e um défice de precipitação que conduziu a uma situação de seca complicada. 

A OMM explica que esta irregularidade meteorológica se deve à interação de uma área de alta pressão sobre a região mediterrânica e um sistema atlântico de baixa pressão. Assim, 2022 será o ano mais quente de que há registo em vários países europeus. 

A este respeito, o Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) afirmou que na Europa, a frequência e intensidade das ondas de calor têm vindo a aumentar ao longo das últimas décadas, e assim continuarão. 

Foto ONU/Ray Witlin

As consequências destas temperaturas recordes não se limitam a desapontar os esquiadores, dado que os glaciares dos Alpes sofreram os primeiros indícios de derretimento e o manto de gelo da Gronelândia perdeu massa pelo 26º ano consecutivo, onde também choveu (em vez de nevar) pela primeira vez em setembro. 

Na realidade, com estas tendências, é apenas uma questão de tempo até que chegue outro ano recorde. 

Para consciencializar sobre as alterações climáticas, nomeadamente o degelo dos glaciares, a Assembleia Geral da ONU declarou 2025 como o Ano Internacional da Conservação dos Glaciares.  


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