O caminho para a igualdade de género 

“A igualdade de género entre os nossos funcionários é a única forma de alcançar a igualdade de género no nosso trabalho” afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, no 5º aniversário da Estratégia da Paridade de Género, plano que marcou o seu primeiro mandato.  

De facto, esta estratégia já obteve sólidos progressos desde a sua implementação, nomeadamente alcançar a paridade de género no grupo de liderança da ONU, pela primeira vez na história da Organização. A paridade constata-se também entre os chefes e chefes adjuntos das missões de paz, onde a proporção de mulheres há cinco anos era de 25%.  

A paridade foi alcançada em 2018 entre os 130 coordenadores residentes, como também na representação de mulheres nos locais da sede. Além disso, o número de entidades da ONU com pelo menos 50% de mulheres aumentou de 5 para 26.  

“Ao mesmo tempo, as lacunas permanecem” reitera Guterres. 

Nas operações humanitárias e de paz é onde se constatam as maiores lacunas no que toca à paridade género entre os trabalhadores. “O progresso tem sido lento, e em alguns casos, andamos para trás” acrescenta o secretário-geral alertando para a diminuição dos recrutamentos de mulheres para os cargos no terreno de inicio de carreira no Secretariado, algo que pode ter impactos sérios no futuro.  

“Continuaremos a apoiar o Pipeline de Talentos para Mulheres, que já levou à nomeação de quase 60 mulheres para cargos superiores, na sua maioria no terreno, desde 2014” afirma o líder da ONU, apelando ao apoio da Assembleia Geral, de forma a fazer avançar estratégias e políticas neste campo de ação. 

É preciso ainda melhorar a cultura do local de trabalho, pois se o racismo e o sexismo forem tolerados, e os estereótipos e preconceitos não forem combatidos, “falharemos as pessoas que servimos” lamenta o secretário-geral, ao mesmo tempo que afirma a determinação de lutar para acabar com a discriminação e o assédio sexual.  

Guterres salienta três áreas prioritárias que têm ainda margem para melhorias: 

  • Foco no género e na diversidade geográfica como objetivos complementares; 
  • Reforço no recrutamento de mulheres para as missões no terreno; 
  • Melhorar as políticas e ferramentas internas para tornar mais atrativo o trabalho da ONU para as mulheres. 

A paridade de género é essencial “para alcançar as expectativas das pessoas que servimos e para construir um mundo mais sustentável, justo, inclusivo, pacífico e próspero para todos”. 


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